Subprefeitura promete regular Feira do Livro Imprimir E-mail

Uma comissão de livreiros da AEL ouviu do subprefeito do Centro, Luiz Vasques, a promessa de que irá se informar sobre as irregulardades na realização da Feira do Livro no Centro em locais  e datas não previstos pelo calendário oficial como Largo da Carioca, Largo de São Francisco e Rua Uruguaiana.

 

Feira montada fora do calendário oficial, na rua Uruguaiana, ocupa a calçada

Feira montada fora do calendário oficial, na rua Uruguaiana, ocupa a calçada

 

Desde 2010 está em poder da Prefeitura um abaixo assinado  por 91 livrarias que pede providências sobre as irregularidades praticadas pela Feira do Livro.  Mas, só esta semana uma comissão de livreiros foi recebida pelo  novo subprefeito do Centro, Luiz Vasques.

A principal queixa dos livreiros é de que no Centro, onde há o maior número de livrarias do Brasil, a feira vem sendo montada em locais e datas não previstos pelo calendário oficial  em detrimento do comércio livreiro  legalizado que paga taxas e impostos regularmente.

A Feira do Livro poderia ficar por um mês na Cinelândia.  Ano passado no entanto, ela esteve dois meses no Largo da Carioca e se estendeu de meados de novembro a o fim de dezembro no Largo do São Francisco, causando prejuizo aos livreiros do entorno em uma época  em que é grande a expectativa de vendas e há vários encargos como o 13o salário.

A primeira feira do livro  foi em abril de 1955 com 13 expositores dando desconto padrão de 10 por cento sobre os livros vendidos. No mesmo ano o prefeito Negrão de Lima sancionou o projeto da Câmara de Vereadores que torna a Feira evento oficial.

Ela cresceu e já em 1958 o número de barracas participantes subiu  para 87 , cada uma representando uma livraria ou editora. Hoje, porém, a Feira está decademte. O número de stands na Cinelândia é de 30 e ela perdeu o propósito primordial de popularizar o livro se tornando concorrente desleal das livrarias .

No livro História das Livrarias Cariocas o jornalista  Ubiratan Machado cita uma crônica do escritor Benjamin Costallat  que relata a popularização do livro no final dos  anos 50  por causa da Feira:

"Agora, posto ao alcance de todos, um pouco prosaicamente como a banha, o feijão e a carne seca, o livro, se perder um pouco do seu halo aristocrático, ganhará em contrapartida uma esplêndida compensação em popularidade, em escoamento e consumo"

No século XXI quando o livro está à venda em supermercados, bancas de jornais e no camelô da esquina o halo de aristocracia de que fala Costallat passou para os notebooks, tablets e smartphones, novas mídias de leitura que concorrem com ele.

O site da Associação Brasileira do Livro, organizadora da Feira  diz que  ela dá desconto de 20% em todas obras expostas além de oferecer "os últimos lançamentos editoriais das mais conceituadas editoras do país". Segundo  Livreiros estabelecidos há descontos bem  maiores e falta de emissão de nota fiscal, entre outras irregularidades .