Consequência Passa a Editar Livros Imprimir E-mail

O primeiro lançamento da agora Editora e Livraria Consequência é um livro de geografia urbana: “A Cidade no Século XXI”. Outros três títulos estão no prelo, todos com viés crítico tendo a transmissão do conhecimento e da informação como instrumento de libertação.

Segundo a sócia da livraria, Isabella Resende, o foco da Consequência está no texto crítico que, independente da área de conhecimento, se compromete com mudanças sociais. No catálogo da livraria os títulos vão de Geografia e História a Meio Ambiente, e Urbanismo.

"A Cidade no Século XXI “ é do geógrafo da PUC-Rio Álvaro Ferreira. O livro, que tem prefácio do geógrafo espanhol Horácio Capel e pósfacio do geógrafo da PUC-Rio João Rua, mostra que a produção do espaço é também instrumento da reprodução de relações sociais.

Dando o exemplo o Rio de Janeiro, ”A Cidade no Século XXI” diz que a produção de espaço está centrada na cópia de modelos de “sucesso internacional”. Essa produção visa, sobretudo a revitalização de áreas centrais e portuárias para as classes alta e média.

São práticas que se repetem globalmente independentes de cada cidade e que incluem grandes investimentos em políticas de atração de atividades turísticas. O livro dá um panorama dos argumentos atuais da crítica urbana.

Isabella Rezende diz que a Consequência tem uma prática diferenciada e pode ser chamada de “livraria de eventos”. Começou com o trabalho individual do seu sócio Luís Octaviano, que vendia livros em eventos nas universidades, movimentos sociais e sindicais.

Em 2004 se estabeleceram como empresa no Centro com o que Isabella chama de ponto de vendas. ”Não temos o ambiente das livrarias; os livros são organizados por editoras. Isso facilita os eventos. Mesmo assim as pessoas vem aqui por causa do nosso catálago”.

A livraria surgiu como uma demanda do mercado acadêmico a partir do trabalho desenvolvido com autores e professores. “A Consequência vai aonde for, até Rondonia, participar de eventos. Este é o nosso diferencial”.

Muitas vezes, nesses eventos ela tem como concorrentes as próprias editoras que vendem para o leitor com o mesmo desconto que dão para a livraria. “A editora não vê o livreiro como parceiro”, diz Luís.

Segundo ele, a venda direta, realizada pelas Editoras é uma prática irreversível. “Não existia há dez anos: A cadeia do livro foi quebrada e o papel do distribuidor praticamente aniquilado. O Livreiro resiste quase como herói”.