Imprimir E-mail

Uma política para as livrarias

 

Os vereadores Reimont e Rosa Fernandes, junto com os  livreiros Antonio Carlos de Carvalho e Rui Campos, discutiram, on-line, ações pelas livrarias que incluem isenção de IPTU e a volta do Vale Livro para os professores do município. O debate mostrou que o livro continua forte, as livrarias, porém, precisam de uma política não só por parte das autoridades como das entidades ligadas ao livro, ou ele sairá enfraquecido.

 

Antonio Carlos de Carvalho e Rui Campos, acima;  Rosa Fernandes e Reimont, abaixo: on-line


O vereador Reimont, responsável pela live transmitida pelo FaceBook, YouTube, e dois outros canais, ressaltou, de início, as precárias condições econômicas geradas pelo Covid 19, que, no entanto, beneficiaram 42 bilionários brasileiros,  com o patrimônio aumentado em mais de 34 bilhões de dólares durante a pandemia, segundo a ONG Oxfam.

Falou do projeto do governo  de acabar com isenção do PIS/Cofins para o livro, benefício que existe desde 2004 e prometeu que, embora o assunto seja da alçada federal, como presidente da Comissão de Cultura da Câmara de Vereadores, enviará  nota de repúdio à medida ao presidente da Câmara de Deputados para impedir que o recurso  passe .

Um espectador, ligado ao Sindicato dos Bibliotecários RJ , escreveu que a volta da taxação é mais uma tentativa do governo de afastar o livro da população, mas para Rui Campos, da Livraria da Travessa, a medida se deve mais à desinformação do que a uma política contra o livro e  acredita que o  projeto de voltar a onerá-lo não será aprovado.

O Presidente da AEL, Antonio Carlos de Carvalho, da Livraria Galileu, lembrou que, junto com a roda e a colher, o livro é o objeto mais perfeito; não necessita de modificações e  as livrarias são o  lugar  ideal para a sua venda. Citou  o comentário do editor da Sextante, Marcos Pereira, Presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, de que durante a quarentena os lançamentos não repercutiram  por causa das livrarias fechadas.

Para Antonio Carlos, a venda pela internet ou pelas editoras  mata a galinha  dos ovos de ouro, as livrarias,  com o que concorda Rui Campos; ele ressaltou ser a livraria  o lugar de encontro do leitor com o livro e foi apoiado pela espectadora Gabriela Priscilla Medina: " também prefiro escolher presentemente".

O presidente da AEL cobrou da Associação Nacional de Livrarias, Câmara Brasileira do Livro e  do SNEL, postura mais ativa em defesa do elo mais fraco do mercado e lamentou que a ideia, lançada por ele, na última Convenção Nacional de Livrarias, no Rio, em 2019, de um marketplace gerenciado pelas próprias livrarias não tenha repercutido.

O vereador Reimont lembrou que a isenção de IPTU para as livrarias, benefício que já existe para as editoras cariocas,  solicitado por ele, junto com a AEL,  avançou na Prefeitura  com o aval do Subsecretário de Tributaçâo e Fiscalização da Secretaria Municipal de Fazenda, Ricardo Martins, mas desde o início da pandemia a tramitação está suspensa.

A volta do Vale Livro, programa que levou professores às livrarias com um voucher dado pela Prefeitura nos governos Cesar Maia e Eduardo Paes é outra  articulação  feita pela AEL junto com o vereador e que, na live,  teve adesão enfática da vereadora Rosa Fernandes.

Ela acredita que não será difícil obter uma verba da educação que seja novamente canalizada para a emissão dos vales; "um mercado importante que possibilita  às pessoas não terem de dispor recursos de seu orçamento e as livrarias ficam com a  venda  garantida". Rosa Fernandes pretende incluir o tema já no mês que vem nas discussões do orçamento da Prefeitura para 2021.

Ao final da live, o vereador Reimont disse que tanto ele, Presidente da Comissão de Cultura da Câmara,quanto a vereadora Rosa, estão bastante envolvidos com a Lei Aldir Blanc, pela qual a União, através das prefeituras irá passar recursos para as empresas culturais, como  livrarias, afetadas pela pandemia e que a verba chega à Prefeitura no próximo dia 6.

 

 

1/8/2020