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A retomada no Rio

 

Com autorização da Prefeitura, livrarias de rua voltam a funcionar na cidade, se adequam às medidas pós-quarentena e atraem clientes com promoções e o insubstituível contato humano.

 

 

A Livraria da Travessa, maior rede carioca, com seis lojas, já havia reaberto duas unidades em shoppings e no sábado retomou as atividades em Ipanema e Botafogo. A loja da Rua 7 de Setembro só voltou a funcionar na segunda e a do Centro Cultural do Banco do Brasil continua fechada.

Berinjela, Disal, Leonardo da Vinci e Martins Fontes, as quatro livrarias que formam a Galeria do Livro, no edifício Marquês do Herval, no Centro, estão abertas mas o funcionamento aos sábados ainda não é regular e na Da Vinci o atendimento é feito na porta.

Livrarias de bairro como a Copabooks, Eldorado e Galileu voltaram a funcionar  a partir deste sábado, dentro dos critérios estabelecidos pela Prefeitura, com promoções; 20% de desconto nos livros infantis, na Copabooks, e 20% em qualquer livro pago à vista ou no cartão de débito, na Galileu.

Outra reaberta foi a  Janela, mais nova livraria carioca, no Jardim Botânico, que fechou, por causa da pandemia, uma semana depois de inaugurada em 13 de março. Cancelou eventos como o Clube de Leitura e o lançamento de Dom novo livro do Titã, Tony Belloto.

Mas, esteve ativa na internet com a inauguração do site e lives com o romancista  Paulo Scott e o escritor e tradutor Eric Nepomuceno. No FaceBook postou: "o que não imaginávamos seria que as janelas de todos os lugares ganhassem, neste momento, tamanha força simbólica".

Livrarias religiosas como a CPAD, Paulinas, Paulus e Vozes  também retomaram as atividades embora algumas como a Paulinas não tenham parado totalmente durante a quarentena; segundo a Irmã Eloine Corazza, houve atendimento a portas fechadas em determinado dia da semana.

A Lumen Christi, no entanto, permanece fechada já que o Mosteiro de São Bento, onde está situada não irá  reabrir nem para a festa de São Bento, no próximo dia 11. Alí as atividades devem ser retomadas em agosto.

Entre os sebos alguns no Centro ainda não reabriram e outros como  o Academia do Saber atendem pelo balcão na entrada, sem  acesso à loja. Ricardo Pereira,  que gerencia uma das três unidades da rede  diz que só em meados de julho volta ao  normal.

Além dos cuidados com a pandemia, alega que a loja está intransitável por conta  de cerca de 5 mil livros comprados  na quarentena  que serão  transferidos para um  apartamento alugado no Grajaú .

Outro que na quarentena achou  novo depósito para  o acervo, foi Marcos Vinicio Cunha, do Buriti Sebo Literário.  O estoque da loja  fica em Juscelino Kubitschek, subúrbio  a uma hora e meia de carro do Centro e agora vai para uma sala alugada ao lado da livraria.

Mas o Buriti só reabre  em meados de julho quando completa quatro meses fechado por causa da quarentena.  E vai abrir  apenas em determinados dias da semana. Com 70 anos, Marcos se diz  assustado com a pandemia e acredita que o sebo só  retorne  ao normal no último trimestre do ano.

A volta das livrarias no Rio teve a ausência de uma importante unidade da rede Saraiva fechada definitivamente durante a quarentena;  a da Rua do Ouvidor, que, inaugurada em 1997, com três andares, foi a primeira megastore do mercado editorial carioca.

O comércio de rua teve sua importância destacada pelo presidente da Federação do Comércio do Rio, Antonio Florencio de Queiroz Junior, em entrevista ao Jornal do Brasil; contribui de forma substancial na arrecadação de impostos para os cofres municipais.

Segundo ele, “o comércio de rua representa 70% do Produto Interno Bruto do nosso estado e é um dos maiores geradores de empregos aqui na cidade do Rio de Janeiro, senão o maior”.

 

30/06/2020